Após a histórica e inédita distribuição dos direitos autorais e artísticos arrecadados através da BINTER CV, numa Grande Gala em Homenagem à Cantora Titina Rodrigues, no dia 3 de março, a SOCA fez a distribuição dos Direitos da Cópia Privada aos escritores e aos artistas plásticos, em duas grandes cerimónias que aconteceram nos dias 21 e 23 de março, respetivamente.
No dia 21 foi na Cidade Velha, enquadrada numa grande atividade, organizada em parceria com a Câmara Municipal da Ribeira Grande de Santiago, para assinalar o Dia Mundial da Poesia e da Árvore, e no dia 23 foi perante uma Exposição de Pintura, intitulada No Feminino, com a jovem artista Tairine Vieira, que contou com a presença do Ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Abraão Vicente.
Na Cidade Velha, a distribuição ficou marcada por uma intensa atividade cultural, com plantação de árvores e uma sessão especial de revisitação da obra de Ovídio Martins, com a intervenção do jornalista e escritor António Silva Roque, seguido de uma projeção vídeo sobre a vida e obra deste exímio escritor cabo-verdiano.
Pelo meio, houve a tradicional arruada poética, com música e poesia de porta em porta, que a SOCA organiza todos os anos nesse dia, em parceria com aquela edilidade.
O Vice-Presidente da Academia Cabo-verdiana de Letras, Jorge Tolentino, ao fazer a exaltação desse dia mundial da poesia, felicitou a SOCA pelo seu percurso e pela inédita distribuição de direitos autorais e pela atividade organizada para enaltecer a poesia, a qual, disse ele, é, também, fundamental para o desenvolvimento de um país.
A SOCA convidou, amavelmente, o vereador da Cultura da Câmara Municipal da Ribeira Grande de Santiago, Domingos Mendes, e o Vice-Presidente da Academia Cabo-verdiana de Letras para entregaram os Direitos Autorais aos escritores presentes.
Na sequência, o escritor, investigador e anterior Ministro da Cultura, Manuel Veiga, enviou uma mensagem à SOCA com o seguinte teor:
21 de Março – Dia Internacional da Poesia, Em saudação a todos o poetas caboverdianos e do mundo, neste dia em que toda a PALAVRA deveria ser uma semente de POESIA, e porque a SOCA, poeticamente, decidiu organizar um pôr-de-sol poético, na Cidade Velha, berço da nacionalidade, onde alguns escritores, pela primeira vez, receberão direitos autorais que recaíram sobre a sua obra, achei que seria uma homenagem à poesia e à Cidade Velha recordar e socializar, convosco, o poema REGRESSO, de Amílcar Cabral: “Mamãe Velha, venha ouvir comigo O bater da chuva lá no seu portão. É um bater de amigo Que vibra dentro do meu coração A chuva amiga, Mamãe Velha, a chuva, Que há tanto tempo não batia assim… Ouvi dizer que a Cidade-Velha – a ilha toda – Em poucos dias já virou jardim… Dizem que o campo se cobriu de verde Da cor mais bela porque é a cor da esperança mesmo Que a terra, agora, é mesmo Cabo Verde. – É a tempestade que virou bonança… Venha comigo, Mamãe Velha, venha Recobre a força e chegue-se ao portão A chuva amiga já falou mantenha E bate dentro do meu coração!” Manuel Veiga