A Sociedade Caboverdiana de Autores (SOCA), entidade de direito privado com fins lucrativos, foi criada no último sábado numa assembleia-geral que reuniu, na Praia, cerca de centena e meia de criadores das mais variadas áreas de produção intelectual – da música à arquitectura, passando pela literatura, jornalismo e estudos científicos. De 221 inscritos para participar na assembleia constitutiva da SOCA, compareceram 144 pessoas, algumas provenientes de outras ilhas. Dos 110 eleitores que exerceram o direito de voto, e aprovaram a lista única, com David Hopffer Almada como presidente do Conselho de Administração e Daniel Spencer Brito como vice. Kaká Barbosa, Roselma Évora e José Maria Barreto são os secretários desse órgão. A Assembleia-Geral tem Mário Fonseca como presidente, Noel Fortes como vice e, como secretários, Tonecas Marta e Cândido Carvalho, O Conselho Fiscal integra Jorge Soares (presidente), Aniceto Fonseca e Alice Matos (secretários). Hopffer Almada recordou que esta assembleia ocorreu da quarta vez em que foi marcada, Nas vezes anteriores foi adiada por a Comissão Promotora, a que presidiu, ter entendido que não se reuniam as condições para uma participação significativa. O embrião da SOCA vem do Seminário sobre os Direitos de Autor promovido em Outubro de 2002, quando se criou a Comissão que conduziu o processo, integrada por Hopffer Almada, Mário Fonseca, Daniel Spencer Brito e, em representação dos ministérios da Cultura e da Economia, José Maria Barreto e Abraão Lopes, respectivamente. “Não foi fácil, mas valeu a pena”, afirmou o presidente do CA no acto de posse – presidido pelo ministro da Cultura, Manuel Veiga. Ressaltou a importância de “os autores cabo-verdianos, a partir de agora, não terem de viajar para outros países para registarem os seus trabalhos”, Coisa, aliás, fora das possibilidades de muitos deles, situação de que Ano Nobo, com a vasta obra que produziu, foi um dos maiores exemplos. Desde o primeiro e único Encontro de Música Nacional, realizado em Março de 1988, que se falava, nesta área, da necessidade de criação dum organismo que agrupasse os artistas. Algumas tentativas infrutíferas de associação realizaram-se desde então, mas só a Associação de Escritores Cabo-verdianos (AEC) e a Associação dos Jornalistas (AJOC) vingaram. A SOCA, para além da produção artística, abrange as questões ligadas às marcas e patentes, reflexo de uma necessidade criada pela dinâmica empresarial e que até agora não tinha tido resposta.
AM Paralelo 14 – Jornal Digital