A escritora Carlota de Barros lançou, no dia 28 de Novembro de 2017, na Cidade da Praia, o seu mais recente livro de poemas, intitulado: “Na Pedra do tempo”, com apresentação das escritoras Dina Salústio e Eunice Mascarenhas.
Carlota de Barros Fermino Areal Alves, conhecida de muitos
por Lilica, nasceu na ilha do Fogo e cresceu nas Ilhas Brava, S. Nicolau e São Vicente, onde fez os seus estudos secundários, tendo feito a sua licenciatura em Filologia Germânica na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Após Sonho Sonhado, com versão trilingue, lançado em 2008, Carlota de Barros, que tem publicado ainda A Ternura da Água, A Minha Alma Corre em Silêncio e o romance Luna, traz mais esta obra de 63 poemas que discorrem sobre a vida e o amor, mas principalmente sobre a essência das coisas, já que ela diz que este livro é uma ´viagem da alma´.
O título do livro, Na Pedra do Tempo, segundo a autora, simboliza estas ilhas do meio do mar, já imortalizadas por outros escritores, sendo cada poema do livro uma pedra dessas ilhas, Arsinárias, já cantadas como Hespérides.
Sobre os poemas, em geral, de Carlota de Barros, o poeta e ensaísta cabo-verdiano, José Luís Hopffer Almada teceu considerações várias, aquando do lançamento do livro Sonho Sonhado, tendo dito então que essa poesia faz bem à alma, porque dela emana uma grande ternura, e que a autora ocupa um lugar singular no panorama literário cabo-verdiano, tendo acrescentado, ainda, que ´A leveza lírica, a amável doçura, a suave ternura e a onírica melancolia que perpassam e impregnam a grande maioria dos poemas de Carlota de Barros contribuem sobremaneira para a diferenciar da restante poesia caboverdiana mais próxima dos nossos tempos, incluindo de grande parte daquela cultivada por outras mulheres.´
Carlota de Barros Fermino Areal Alves, conhecida de muitos por Lilica, nasceu na ilha do Fogo e cresceu nas Ilhas Brava, S. Nicolau e São Vicente, onde fez os seus estudos secundários, tendo feito a sua licenciatura em Filologia Germânica na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Filha de pais bravenses, ela viveu algum tempo em Angola e Moçambique, tendo lecionado em Cabo Verde e depois em Portugal, onde está radicada desde 1974, já reformada, dedicando-se à escrita e ao convívio artístico e literário.
Com uma intensa movimentação artística, em Cabo Verde e na Diáspora, promovendo tertúlias literárias e lançando livros, ela tem colaborado, ao longo do tempo, com várias revistas e jornais, publicando textos vários, desde poemas a contos e ensaios, nomeadamente: na Revista Pré-Textos, da Associação de Escritores Cabo-verdianos, e no jornal/revista Artiletra, que tem publicado os seus livros.
Sobre a sua dimensão de compromisso telúrico, de quem se encontra na diáspora, bem clara no poema “voltarei sempre/às minhas rochas/surgidas do mar/voltarei sempre às minhas ilhas/mesmo que as chuvas de outubro/se neguem”, é, ainda, o incontornável ensaísta cabo-verdiano José Luís Hopffer Almada quem ressalta que “A segunda dimensão dessa sensibilidade radicada na diáspora deteta-se no olhar que lança sobre as ilhas. Olhar de quem regressa depois de longa separação da terra-mãe, de iniciais estranheza e choque, de ulterior entranhamento nas coisas da terra (…).”
A concluir, diremos, com os outros, e a pertinente análise, mais próxima dela, que: “A poesia de Carlota de Barros surpreende pela ternura que emana, o lirismo afetuoso e exacerbado a cantar as suas ilhas, tão suas que a permanência na terra-longe não reduz o seu sentimento, aliás, só aumenta a sua sensibilidade transfigurada em versos suaves, por vezes melancólicos, mas sempre apresentando um olhar solidário e de amor para o seu país, a sua terra cabo-verdiana.